"las guirnaldas pueden ser fúnebres, lo comprendí después"

01.

Eu vi aquela boca vermelha
Saindo de uma nuvem amarelada
E ela me falava com gosto de caramelo
(viva, muito viva)
Falava de coisas lindas soturnas misteriosas estrangeiras
Trazia uma nostalgia de tudo aquilo que tivera
Mesmo não podendo ter
Tudo aquilo que me foi possível possuir,
Tudo aquilo que era tão impossível quanto palpável.
E entre músicas que povoavam minha alma
Começou a pesar o silêncio
O silêncio que dizem ser tão cheio de sons quanto o branco é cheio de cores
(Sendo que para mim ambos não passam de ausência)
E aquela boca vermelha se tornou um trem
Um trem que passava, atrás do qual eu saía correndo.
Ou um pássaro, que alimentava na esperança de um retorno.
E a nuvem se tornou estrela.
E a estrela foi coberta por uma nuvem.

De poeira.

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