"las guirnaldas pueden ser fúnebres, lo comprendí después"

09.

Um barulho de prata entra pela janela fechada
E uma música sem fim se espalha pela casa.
De olhos bem fechados, vejo uma tênue luz pela fresta da porta povoada de livros.
E meus pés se perdem entre canções
Minhas mãos jogam poemas no chão
O mundo gira sem que eu saiba que é redondo
Minha visão, cega, só vê tua luz.
Numa dança metafórica eu me perco
Tentando manter os pés no chão
Chorando por dentro, doendo por fora
Clamo por um pouco de coerência, de concretude
Mas o fogo queimou todos os planos que fizera:
o que restou foi esperar o retorno do céu.

E o céu não retornou jamais.

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